A cebola (Allium cepa L.) é uma hortaliça apreciada em todo o mundo. Devido às suas características alimentares, nutricionais e medicinais (RICCIARDI et al., 2020), possui grande interesse comercial, tendo em vista que pode se consumir na forma fresca, condimentar ou industrializada. A cebolicultura é uma atividade importante no contexto socioeconômico do Brasil, uma vez que se pratica, essencialmente, em áreas de 1 a 5 hectares, por agricultores familiares (IBGE, 2020).
No ano de 2021 o Brasil produziu 1,64 Mt de cebola em 49,12 mil hectares plantados com rendimento médio de 33,4 t ha (IBGE, 2021). O estado de Santa Catarina atualmente é o maior produtor, com 481,2 t seguidos pelos estados da Bahia (260,4 t), São Paulo (165,7 t), Paraná (104,7 t) e Pernambuco (61,7 t) totalizando 65,5% da produção nacional; os outros 35% se distribui nos demais estados brasileiros.
O cultivo da cebola no Brasil é praticamente todo irrigado, com exceção da região Sul, na qual a área irrigada ainda é pequena, porém, vem aumentando gradativamente, pois garante a produção e possibilita maior rendimento durante períodos de estiagem.
A cultura da cebola apresenta baixa tolerância ao déficit hídrico durante todo o ciclo, contudo, a fase de enchimento de bulbo é mais sensível, necessitando de um bom suprimento de água (MAROUELLI, 2005).
Na região nordeste a aspersão convencional ainda é o sistema mais utilizado, porém, muitos produtores, técnicos e agrônomos estão migrando para o gotejamento por diversos fatores, tais como: escassez de água, aumento da eficiência da irrigação e fertirrigação, menos incidência de plantas invasoras e uso de fungicidas, trazendo maior economia e, consequentemente, maior lucratividade.
A indústria tem investido em diversas pesquisas e tecnologias para desenvolvimento de materiais com menores custos para implantação da irrigação por gotejamento aos produtores, tais como mangueiras/fitas gotejadoras de paredes mais finas, emissores mais eficientes com menores índices de entupimento para garantir o funcionamento adequado de acordo com as expectativas do produtor.
As mangueiras/fitas gotejadoras normalmente utilizadas possuem as seguintes características: vazão dos emissores variando de 1,5 a 2,6L/h, espaçados a cada 20cm, espessura de parede que varia de 5 a 8mil (127 a 200 micra) produzidos com PEAD (Polietileno de Alta Densidade) aditivados com proteção contra raios UV.
REFERÊNCIAS:
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Produção Agrícola Municipal – PAM. Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA, 2020. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pam/tabelas. Acesso em: 03 de setembro de 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Produção agrícola – lavoura permanente. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ pesquisa/ 14/0?ano=2021. Acesso em 03 de setembro de 2022.
MAROUELLI, W. A.; COSTA, E. L.; SILVA, H. R. Irrigação na cultura da cebola. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2005. 17p. (Embrapa Hortaliças. Circular Técnica, 37).
RICCIARDI, L.; MAZZEO, R.; MARCOTRIGIANO, A. R.; RAINALDI, G. et al. Assessment of Genetic Diversity of the “Acqua viva Red Onion” (Allium cepa L.) Apulian Landrace. Plants, 9, n. 2, 2020.
Autor
Gabriel Perin