Tomate industrial, Tecnologia de irrigação por gotejamento

O tomate é a segunda hortaliça mais difundida e cultivada no mundo, ficando atrás apenas da batata, podendo ser cultivado em todas as regiões tropicais e subtropicais. Originária do continente sul americano, mais especificadamente na região andina, desde o Equador, passando pela Colômbia, Peru, Bolívia, até o norte do Chile, porém, sua domesticação aconteceu no México (EMBRAPA, 1993).

O fruto pode ser consumido in natura ou processado, por ser fonte de licopeno é um aliado na alimentação humana, prevenindo doenças, e patologias cardíacas.

A produção brasileira de tomate destinado à indústria é a oitava maior do mundo com média de 1,45 M t, ficando atrás de países como os EUA (11,43 M t), China (5,18 M t) e Itália (4,84 M t) (WPTC, 2020).

O período ideal para o plantio do tomate para processamento industrial é entre os meses de março a outubro, devido a baixa precipitação pluviométrica, proporcionando menor incidência de doenças. Portanto, o uso da irrigação é indispensável para suprir as necessidades hídricas e garantir o desenvolvimento da cultura.

O sistema de irrigação por aspersão é o principal método utilizado no Brasil para a cultura do tomateiro para indústria, destacando-se o do tipo Pivô Central. O uso da irrigação por aspersão pode proporcionar a sobrevivência e a dispersão de vários patógenos, principalmente fungos e bactérias em razão da água ser aplicada sobre a parte aérea das plantas do tomate (Marouelli et al., 2011), gerando maiores custos com defensivos agrícolas para o controle patogênico. Por esse motivo muitos dos produtores tem optado pela utilização da irrigação por gotejamento.

A irrigação por gotejamento é um método de alta eficiência de aplicação de água e fertilizantes com baixa utilização de mão de obra. O sistema permite usar fitas ou tubo gotejadores com espaçamentos e vazões conforme necessidade, é adotado tanto para o cultivo do tomate de mesa, como para o cultivo do tomate para fins industriais.

As fitas gotejadoras ou mangueiras gotejadoras recomendadas por especialistas normalmente possuem as seguintes características: vazão de emissores com média de 1,5L/h, espaçados a cada 20cm e espessura de parede de 8mil a 10mil (200 a 250 micra), totalizando uma vazão de 7,5L/h. Porém, novas tecnologias têm sido lançadas pelas indústrias e adotadas por diversos especialistas e produtores.

O uso de mangueiras gotejadoras com paredes mais finas, espaçamentos mais distantes, porém, de vazões mais altas têm sido uma excelente alternativa na redução de custos de implantação, mantendo a mesma qualidade e eficiência no uso da água de irrigação.

A nova tecnologia recomendada pelos especialistas que prestam assessorias, já adeptas de diversos produtores tem por característica mangueiras gotejadoras com vazão de 2,2 a 2,6L/h por emissor, espaçados a cada 30cm – vazão de 7,3 a 8,7L/h – e, espessura de parede de 6mil (152micra) produzidos com PEAD (Polietileno de Alta Densidade) aditivados com proteção contra raios UV.

REFERÊNCIAS: 

EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. A cultura do tomateiro (para mesa). Centro Nacional de Pesquisa de Hortliças – Brasília: EMBRAPA-SPI, 92p., 1993.

MAROUELLI, W. A.; MEDEIROS, M. A.; SOUZA, R. F.; RESENDE, F. V. Produção de tomateiro orgânico irrigado por aspersão e gotejamento, em cultivo solteiro e consorciado com coentro. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 29, n. 3, p. 429-434, 2011.

WORLD PROCESSING TOMATO COUNCIL – WPTC. World production estimate of tomatoes for processing (in 1000 metric tonnes). Banco de dados. Disponível em: <http://www.wptc.to/pdf/releases/WPTC%20World%20Productio n%20estimate%20as%20of%2027%20October%202016.pdf>. Acesso em: 20 agosto de 2022.

Autor
Gabriel Perin